Bastidores

Por Débora Andreatto

Assim como todos os jornais, um telejornal sobrevive de notícias. E nunca antes elas foram tantas, dada a velocidade com que se propagam. Todos os dias chegam inúmeras informações das mais variadas fontes. Agências, instituições públicas e privadas, pessoas e a própria mídia alimentam as empresas jornalísticas com infinitas possibilidades de notícia.
Chegam até os produtores, param nas mãos dos repórteres, passam pelo crivo dos editores e depois vão ao ar. Mas nem sempre o processo é assim. As pautas podem surgir da observação do repórter diante dos fatos, de uma denúncia ou informação. Para um jornalista atento, uma simples conversa no ponto de ônibus, vira pauta. Um passeio ao Shopping, vira pauta. E até mesmo aquele buraco que insiste em permanecer ali, vira pauta.
Quando isso não acontece de forma espontânea, a notícia salta à vista ou cai em nosso colo, é preciso ir atrás dela.
É o que acontece durante as reuniões da Facopp. Cada programa pede uma proposta diferente e cabe a cada um de nós encontrar algo relevante, descobrir uma notícia nova ou um novo encaminhamento. É um desafio, quase sempre inquietante, mas é também um excelente exercício.
Durante a reunião aprendemos que a pauta não é fruto apenas da inspiração ou de se estar no lugar certo na hora certa. Para se construir uma boa pauta é preciso além de uma boa bagagem cultural, de experiência e de olhos e ouvidos atentos para não deixar a notícia passar quando ela simplesmente aparecer. Para terminar, acredito que a pauta seja o ponto de partida de uma boa reportagem, mas nunca o meio ou o fim. Vale ressaltar, que ser jornalista é mais que escrever e publicar bons textos ou entender as técnicas é ter responsabilidade com o que se diz, com a maneira como os fatos são checados e, sobretudo, entender que as informações que são veiculadas interferem na vida e na felicidade das pessoas.

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