A CRIATIVIDADE

Por Renato Pandur

A Criatividade nas crianças se manifesta de maneira espontânea, imaginativa. É o fingir da realidade. Para a criança, “criar é viver”. Em seguida ela passa criar a partir da figuração simbólica: figuras de objetos, seres humanos são representados em estrutura globais. A diferença entre
traços, tamanhos e cores está intimamente ligada à hierarquia emocional. Cada um é cada um.

Quando a criança se aproxima da puberdade suas formas de representação mudam novamente.
Caracteriza-se por uma linha mais “realista”. As influências culturais entram como um turbilhão em sua mente. Logo é fácil imaginar que se o contexto em que o indivíduo vive é “fraco” em termos culturais, sem estímulo a inteligência, suas habilidades criativas seguirão o mesmo nível. O contrário também.

O amadurecimento traz progressivamente a diferenciação. E esta começa lá atrás, dentro de si em níveis complexos. A maturidade não exige um tempo objetivo. Existem pessoas jovens que são maduras, embora inexperientes. Outras experientes e não tão maduras. Mas isso não importa muito mesmo. O mais importante é que se dê o processo (de amadurecimento).

É muito comum os jovens publicitários tratar o termo criatividade como o “invento de algo novo”.
Grande erro. O invento é a prática da inovação, e esta se processa em níveis menos profundos (não menos importantes). A criação é algo que se considera uma totalidade sensível e inteligível da pessoa a ponto de ela conseguir constantemente se reformular. Explico: Posso inventar uma cor, que jamais ninguém viu no espectro. Digamos que agora eu quero aplicar esta cor em
alguma coisa. A capacidade de inventar é diferente da de criar.Eu inventei uma nova cor, mas, efetivamente o que posso fazer ela? Onde esta pode ajudar na geração de uma comunicação efetiva? De que forma? Eis aí a capaciade de CRIAÇÃO. Utilizar um invento de maneira mais complexa e efetiva (no caso dos publicitários, pois criar necessariamente tem que resultar em
vendas, lucrativas ou meramente institucionais).

Neste semestre estou orientando uma equipe extremamente jovem. Audaciosos, cheios de vontade e também com grande capacidade de invenção (logo percebida na primeira reunião, onde surgiram várias críticas à atual TV Facopp seguida de inúmeras invenções).

Faço questão de propor esta reflexão aos meus “comandados” (e aos demais da TV Facopp também). O quanto você é capaz de inventar e o quanto de criar? Pensar em reformular logomarcas, videografismo, inventar novas formas de comunicar a TV é apenas uma parte do caminho (talvez a mais fácil, no meu modo de ver). A criação demanda mais suor. Trata-se de criar efetivamente. Em outras palavras: Botar a mão na massa.

A aposta na juventude é algo que ouço desde os caras pintadas que “derrubaram” Collor, mas esta aposta é bem mais antiga... quem nunca ouviu falar da geração “bixo grilo”?

Pois bem meus caros, as possibilidades estão aí. Mostre quem é você: Inventor ou criador.

Comments

  1. Inventar ou criar? Ações a se pensar. O que tem de ser considerado é que ficar reproduzindo o que já existe na TV comercial é que não dá! Com base em referências, vamos experimentando... Ora dá certo, ora não... O objetivo aqui na TV Facopp é novas propostas que, como o Pandur disse, sejam realidade e não fiquem apenas no papel.

     

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