Padres, bicicletas e outras coisas

Por Violeta Araki

Foram vários trilúvios em setembro. Os horários se perderam com as tempestades. As sonoras, todas encharcadas de transpiração e confusão, fizeram birra, mostraram a língua e demoraram a compreender que tinham de sair.
As solas dos meus sapatos gastaram-se irreversivelmente enquanto tentava fechar a produção de uma matéria sobre fé, embora àquela altura do campeonato eu já não tivesse fé nenhuma depois de ter sido expulsa de uma certa igreja...
Mas existem horas na vida em que é preciso parar, respirar e tentar achar as soluções. Quando nada parece se encaixar, melhor que entrar em desespero e ir ler Schopenhauer (o que agrava a situação), é refletir sobre qual é o ponto onde se está falhando. Muito bem, as entrevistas foram marcadas, mas a câmera não; a câmera está a postos mas não há nada pra filmar numa sexta à noite; a sexta virou sábado, mas está chovendo cachorros e não se pode filmar nada, nem mesmo sua cara incrédula de quem acabou de perceber que a dita matéria não vai sair no tempo estabelecido.
Os dias passam, a vida também. Agora as preocupações são outras. Como cobrir a Volta Ciclística Internacional de São Paulo (com início em Presidente Prudente) e quem sabe chegar até o local da largada com uma bicicleta ou coisa parecida. E a gente já se imagina com pressa. E gente já se imagina atrasado. E o que mais legal: a gente já se imagina vencendo as próximas barreiras, porque esta, caro amigo, esta já voou como o dia lá fora.

Comments

  1. Excelente seu texto Violeta. E fico feliz de vê-la animada e com tanta garra para vencer os inúmeros obstáculos que aparecem.

     
  2. Fabuloso Violeta! A poesia de aprender mais e mais a cada dia!

     

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